No dia 30 de Janeiro de 1933, Adolf Hitler foi nomeado Chanceler, pelo Presidente Paul von Hindenburg. Foi o início de um dos períodos mais negros da História .
" O que mais surpreende na História é a paciência com que os povos suportam os fardos que, desnecessariamente, os seus Governantes os obrigam a carregar."
Nos períodos mais conturbados da História nascem expressões que, transmitidas de geração em geração, perdem por vezes o seu sentido original, à medida que se vai esquecendo o contexto que lhes deu origem. A expressão O.K. é actualmente utilizada um pouco por todo o mundo, independentemente da linguagem falada nos diferentes países. Todos sabem o seu significado, mas poucos saberão explicar por "que carga de água " O.K. significa que tudo vai bem. Não se trata como alguns pensam de uma sigla, ou iniciais de palavras. A primeira inicial não se refere à letra O, mas sim ao número zero.
A origem desta expressão remonta ao tempo da Guerra Ciivil norte-americana a chamada Guerra da Secessão ( 1861-1865 ).
Durante o conflito, sempre que os soldados regressavam ao quartel, sem qualquer baixa entre as suas fileiras, assinalavam o facto exibindo um grande cartaz, onde se lia:
“ 0-Killed ”, ou seja 0-mortos.
Os seus companheiros eram assim avisados, antecipadamente e à distância, de que tudo tinha corrido bem. E como a imaginação e criatividade humanas superam a memória, o seu contexto foi esquecido, mas o seu sentido é hoje bem mais alargado.
Curiosamente, invertendo a ordem das iniciais o significado passa a ser o inverso. Mas isto já nada tem a ver com a História, porque K . O. é a abreviatura da expressão inglesa Knock-Out, saída dos ringues de Boxe e que todos nós sabemos interpretar.
O Estilo Românico, que se espalhou por toda a Europa durante os séculos X - XIII, reflecte bem a natureza e as características da igreja cristã da época e a sua relação com o mundo profano.
Profundamente enraizado junto dos pobres, o Cristianismo oferecia à gente pobre a única luz num mundo de trevas. A única esperança de redenção e consolo para uma vida marcada pelas dificuldades e pela submissão.
Irradiando das igrejas e mosteiros, o Cristianismo doutros tempos aproximara a vida dos seus sacerdotes, da vida simples do camponês, com quem compartilhavamhábitos, tarefas e preocupações.
Aos “bons e justos” ofereciam o conforto espiritual e prometiam o caminho da salvação.
A Arte Românica, sobretudo no seu período final, representa já um mundo diferente. Um mundo em que uma hierarquia religiosa solidamente estabelecida se confunde cada vez mais com o mundo temporal. Nos recursos, nos hábitos e na exibição da sua autoridade.
Mas as igrejas e os mosteiros eram, ainda, locais onde os mais desprotegidos procuravam o auxílio, o conforto ou o refúgio que não encontravam numa época marcada pela violência e abuso dos mais poderosos.
As igrejas românicas reflectiam, sobretudo pela sua sobriedade, aquilo que para os cristãos da época era o essencial.
E o essencial era preparar os crentes, através da oração, da penitência e da caridade para uma nova vida a que só os cristãos bons e obedientes teriam acesso.
Mais do que pela monumentalidade das suas construções, a arquitectura românica afirma-se, principalmente, pela solidez, equilíbrio e simplicidade estrutural.
A austeridade das primeiros templos românicos tornava-os locais ideais para a oração e a meditação.
Ofereciam a segurança, a penumbra, o silêncio que facilitavam a partilha com o sagrado.
Os que atravessavam o portal de uma igreja românica, entravam num espaço intemporal, simples mas acolhedor, onde se sentiam, por algum tempo, protegidos e aliviados.Nos Mosteiros percorrendo os claustros, que ladeavam jardins cuidadosamente tratados, na presença do som apaziguador da água dos fontanários, os monges rezavam, liam ou meditavam, num ambiente que convidava à contemplação e aos assuntos do espírito.
Aqui, de uma forma dispersa e variada, reúnem-se os principais elementos estruturais deste estilo:
As abóbadas de berço que fecham as arcadas; as colunas e os capiteis esculpidos com símbolos ou cenas religiosas, suportando arcos de volta perfeita; as rosáceas por onde timidamente perpassa a luz e, sobretudo, uma sensação de harmonia e solidez que caracterizam o “ Românico “.
Claro que toda esta simplicidade residia também na escassez de meios materiais e na ingenuidade dos artistas da época que desconheciam qualquer noção de profundidade e perspectiva.
A proporcionalidade das formas não era também o seu forte.
O tamanho das imagens reflecte por exemplo não a a posição espacial dos personagens, mas a sua importância social ou simbólica, sendo representados num registo plano, sem profundidade.Um pouco como fazem as crianças.
Bem integradas na paisagem, a sobriedade destas construções era entrecortada pela delicadeza e profusão de cor presentes na roseta central e nos vitrais que, discreta mas quase magicamente, coavam a luz natural.
No pórtico ladeado por colunas ligadas por arcos de volta perfeita, encimando o portal, situa-se o Tímpano onde estão quase sempre presentes símbolos e cenas ligados ao fim dos tempos, ao dia do juízo final.
O ano Mil aproximava-se.
O Apocalipse por todos temidos era o assunto do dia.
Os símbolos e figuras assustadoras e macabras esculpidas nos edifícios religiosos eram bem sinais do tempo, e da mentalidade que se tinha instalado na época.
Era também já o prenúncio de uma igreja que, cada vez mais autoritária e castigadora, se afastava a passos largos da sua verdadeira missão.
E à medida que se confundia com o mundo temporal e os seus vícios, mais se afastava dos seus ideais, do povo e do seu quotidiano.As grandes catedrais competiam, agora, em grandeza e monumentalidade com castelos e palácios, abandonando a austeridade inicial.
Erguem-se majestosas nas cidades onde mora o dinheiro e onde se acotovelam as pessoas que, em maior número, pagam impostos.
Cada vez mais longe do camponês, dos púlpitos das igrejas já não saem conselhos ou mensagens de esperança, mas antes tenebrosas ameaças e castigos, que semeiam o medo e a culpa mas asseguram a passividade dos crentes.