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HISTORIAR N

«Para suportar a sua própria história, cada um acrescenta-lhe um pouco de lenda.» Marcel Jouhandeau

HISTORIAR N

«Para suportar a sua própria história, cada um acrescenta-lhe um pouco de lenda.» Marcel Jouhandeau

EFEMÉRIDE

No dia 26 de Fevereiro de 1952, Winston Churchill anunciou ao mundo que a Inglaterra já detinha a Bomba Atómica.

O restrito " Clube do Terror " passava a contar com mais um sócio.

" A Guerra fria " aquecia ao ritmo da propaganda.

Ora vejam...

 

AS ILUMINURAS

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Habitualmente quando falamos de Iluminuras referimo-nos aos livros pacientemente produzidos, desde a baixa Idade Média, pelos monges copistas, nas Bibliotecas das Igrejas e Mosteiros. Livros com iluminuras seria mais correcto. Estes livros, escritos e copiados à mão, continham ilustrações coloridas e letras ricamente ornamentadas com vários motivos, que iam da inspiração floral à inspiração mitico-religiosa ; das flores e estrelas aos pássaros, monstros e outras criaturas.

Na realidade, o termo iluminura não se refere nem ao livro nem ao conteúdo do seu texto. Em rigor, apenas se aplica às ilustrações que sublinhavam a mensagem do texto e às Letras Capitulares: letras coloridas profusamente decoradas que introduziam um novo assunto. Entre uma grande variedade de pigmentos, o ouro e a prata eram obrigatoriamente usados como tinta. Expostas à luz, estas ilustrações  parecem brilhar ao reflectirem a luz do sol.

Esta é, de resto, a explicação para o seu nome.

Como  aconteceu com toda a arte Românica, a técnica e grande parte dos motivos utilizados foram fortemente influenciados pela arte móvel decorativa dos povos bárbaros, quase toda constituída por pequenos objectos rituais ou decorativos. O semi-nomadismo destes povos não convivia bem com a edificação de grandes construções. Levou algum tempo até criarem raízes...

 

Ainda mais visivel na arte das Iluminuras é a influência bizantina, quer quanto à técnica quer quanto aos motivos decorativos e materiais utilizados - o uso do ouro e da prata como tinta, por exemplo.

 De facto, é quase impossivel, quando se observa uma iluminura,  não pensar em  ícones bizantinos.

Os livros com iluminuras eram encadernados em couro com " ourivesaria", de três formas diferentes; couro liso, couro estampado e couro gravado a frio.

A produção de iluminuras estendeu-se por vários séculos, compreendendo o período inicial , paleo-cristão, o intermédio, românico-gótico, e o final, o renascentista. Uns e outros reflectem  as crenças, o gosto e as  tendências artísticas das respectivas épocas.

Nas iluminuras românicas e góticas estão ainda ausentes os princípios da proporção e da perspectiva, o que evidentemente já não acontece na sua fase renascentista contemporânea ou posterior a Giotto.

EFEMÉRIDE

 

 
No dia 25 de Fevereiro de 1855,  nasceu o escritor português Cesário Verde.
Poeta realista , naturalista, parnasiano, impressionista e outras coisas. Tudo num só livro a que foi dado o seu nome: “ O Livro de Cesário Verde “
Um poeta da cidade e do campo.
 
Nas nossas ruas, ao anoitecer,
Há tal soturnidade, há tal melancolia,
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.
                                                        Cesário Verde ( Avé Maria I ; Sentimento de um Ocidental )

SABIAS QUE...

VERDADES DE LA PALISSE

Jacques de la Palisse , um valente general francês notabilizado pelas muitas vitórias que obteve durante as Campanhas de Itália, é o exemplo de como a memória de um homem pode ser adulterada pelo sarcasmo com que as multidões muitas vezes brindam os seus heróis. Basta um pretexto, uma pequena ambiguidade, ou equívoco, para ensombrar, mesmo que de forma cómica, todas as virtudes de um homem. Trata-se da velha questão da fama e do “proveito”.
Como era costume na época, os soldados comandados por Jacques de la Palisse, após a sua morte na Batalha de Pavia, celebraram a valentia do seu general compondo e cantando canções onde se enalteciam as suas principais qualidades guerreiras..
Uma das estrofes de uma dessas canções rezava assim.” S’il n’était pas mort il ferait l’envie “. O que quer dizer que se ele não estivesse morto, faria inveja.
Marotamente, a criatividade popular apercebendo-se da ambiguidade da frase, com uma pequena adulteração, mudou-lhe completamente o sentido. Assim, em vez da frase original, passou a dizer-se por piada, “ S’il n‘était pas mort il serait en vie “ o que quer dizer “ se ele não estivesse morto, ainda estaria vivo.” A língua francesa também tem destas coisas…nascia assim a lapalissada primordial. A mãe de todas as evidências.
Seja como for, esta pequena corruptela fez toda a diferença e projectou para a eternidade a memória de um homem, centrando-a em coisas que ele não disse nem fez. Quanto à sua bravura e clarividência estratégica são muito poucos certamente os que delas sabem.
 A Lenda é de facto mais poderosa do que a História.

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